19/08/10

Nocturno

Por toda a noite, num silêncio estranho,
doei á ventania o pensamento...
Fui pela cidade assim - ideia ou vento
a envolver as formas, ser tamanho
a adentrar as trevas onde tenho
além penumbra e luz, o sofrimento.

Chovia um verniz de esquecimento
corria eu, das sombra, o desenho...

- Vida!
Nem o infinito já me assombra,
se ser ideia ou vento, nada ou sombra
me confortas, que me importas?

Reduz-me ás ventanias invernosas,
vem encher-me de noites tenebrosas

E deixa-me brincar nas coisas mortas!

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