09/01/13

Quase



       Já quase tudo em mim é desencanto.
       Quase indiferença, quase nem tristeza
       Nem alegria, nem sequer frieza
       E sem calor de viva por enquanto,
       Neste estar quase morta de quebranto.
       Busco quase nada, nem certeza,
       Dúvida, fealdade nem beleza,
       Debilidade, força, riso ou pranto,
       Nem o teu rosto quase sei se quero,
       Ou se alguma vez quis vê lo,
       Se espero em desespero,
       Durmo ou fantasio...

       É como ter vivido milhões de anos
       E quase sempre, quase desenganos
       Me enchessem quase toda de vazio !

    
     

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